“A lei pinta o suspeito de negro” – segue a conversa contra o racismo

A Fundação José Saramago acolhe na próxima quarta-feira, 11, mais uma sessão da iniciativa “Palavras contra o Racismo”, desta vez com o tema “A lei pinta o suspeito de negro”. Para debater com a presença da investigadora Sílvia Maeso e da avogada Lúcia Gomes, e os planos cinematográficos de “Eu não sou Pilatus”, do actor e realizador Welket Bungué.

por Afrolink

A criminalização dos corpos negros, expressão do racismo estrutural que nos enforma e deforma enquanto sociedade, vai estar em discussão na próxima sessão da iniciativa “Palavras contra o Racismo”, promovida pela Fundação José Saramago.

Sob o tema “A lei pinta o suspeito de negro” – assim mesmo, sem interrogação, categórica e comprovadamente –, a próxima discussão, marcada para as 18h30 da próxima quarta-feira, 11, vai juntar a investigadora Sílvia Maeso e a advogada Lúcia Gomes.

Sílvia é doutorada em Sociologia Política (Universidade do País Basco), e investigadora principal do Centro de Estudos Sociais (Universidade de Coimbra), integrando também o Núcleo de Estudos sobre Democracia, Cidadania e Direito. “Actualmente coordena o projecto POLITICS – “A política do (anti)racismo na Europa e na América Latina: produção de conhecimento, decisão política e lutas colectivas” (Conselho Europeu de Investigação)”, informa a Fundação José Saramago, acrescentando que a especialista “desenvolve a sua investigação em projectos colaborativos sobre racialização e segregação residencial, violência policial e políticas públicas em contextos europeus e latino-americanos, com foco na antinegritude e o anticiganismo”.

Já Lúcia, que representa seis jovens da Cova da Moura no processo contra 17 polícias da esquadra da PSP de Alfragide – dos quais oito foram condenados por agressão e sequestro agravado –,  é apresentada como uma voz activa no combate ao racismo, ao longo da sua actividade cívica, profissional e política.

O Rap é uma arma!

Aos créditos das duas participantes juntam-se os planos cinematográficos de “Eu não sou Pilatus”, do actor e realizador Welket Bungué.

Tudo para acompanhar presencialmente – com entrada livre, porém sujeita à lotação da sala (reduzida a 35 lugares por causa da pandemia –, ou em formato digital, por transmissão online a partir da página do Facebook da Fundação.

O encontro dá continuidade ao programa apresentado em Outubro, e que já deu a conhecer as palavras anti-racistas do historiador Victor Barros, das antropóloga Fabiana Leonel e Catarina Sampaio, e da rapper G Fema.

Esta semana, além do debate sobre a suspeição que castiga os corpos negros, a Fundação José Saramago apresenta, no sábado, 14, uma conversa e concerto com o rapper Primero G (17h30), a partir desta constatação: “O Rap é uma arma”.

Apontada nestas “Palavras contra o racismo” para o mesmo alvo: “Analisar, debater e apontar caminhos para combatermos a discriminação, praga que persiste”.

 

Pode acompanhar as “Palavras contra o Racismo” na página Facebook da Fundação Saramago