“A morte fica-vos tão bem!” – o filme estrutural que nos continua a aniquilar

O que têm em comum a execução de Jayland Walker, nos EUA – debaixo de mais de 90 tiros disparados pela polícia – e o massacre de 37 pessoas em Marrocos, no enclave espanhol de Melilla, às mãos de guardas fronteiriços? Os dois casos expõem o crime estrutural que continua a condenar corpos negros à morte: o racismo. Comentamos mais logo n’ O Lado Negro da Força.

por Afrolink

Sabemos que os agentes de autoridades têm licença para matar porque continuam a fazê-lo, violenta e discriminadamente, sem que se vislumbre uma mudança no sistema criminoso que os legitima. Seja nos EUA, onde, na semana passada, mais um homem negro desarmado – Jayland Walker –, foi executado pela Polícia – debaixo de mais de 90 tiros; seja no enclave espanhol de Melilla, onde, dias antes do assassinato de Jayland, pelo menos 37 pessoas negras foram abatidas por guardas fronteiriços enquanto tentavam entrar em território europeu.

Também sabemos que as sempre bem-intencionadas palavras de condenação que acompanham esses dois casos cairão em saco-roto, porque permanecem desligadas de acções de efectiva reparação, impunidade aqui e ali “mascarada” por uma e outra sentença de apaziguamento.

Sabemos ainda que a sociedade estruturalmente racista que nos revolve seguirá de boa saúde enquanto as nossas vidas continuarem a ser exterminadas. Como se não importassem. Dúvidas? Compare-se o desfecho de Jayland Walker com o de Robert Aaron Long. 

O que podemos fazer para sair deste filme, em que a acção assassina se concretiza com requintes de gozo? Porque o que fica das primeiras declarações do chefe de Governo espanhol sobre o “massacre de Melilla” – “O caso foi bem resolvido”, começou por dizer Pedro Sánchez – é pouco mais do que isto: “A morte fica-vos tão bem!”.

Reflectimos mais logo n’ O Lado Negro da Força.

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