por Afrolink

“A primeira vez que despertei para o facto de que o meu pensamento era racista foi em 2018 quando elaborei a lista de entradas para o meu primeiro livro. Em 42 mulheres nenhuma era uma mulher negra. Foi nesse momento que passei a olhar com atenção para as minhas atitudes, comportamentos e coloquei-me em causa. Aceitei o meu preconceito, analisei-o, tentei encontrar respostas para ele. Foi nesse momento que a minha desconstrução começou”.

As palavras, assinadas pela autora, actriz e contadora de histórias Lúcia Vicente, demonstram como podemos discriminar passivamente, expressando vieses tantas vezes inconscientes.

O reconhecimento é o ponto de partida para desmontarmos os preconceitos que trazemos internalizados, proposta lançada pelo movimento antipreconceito “Em Desconstrução”.

A iniciativa, idealizada por Marcos Guimarães, designer ativista e fundador da Designorama Brasil, inicia em Portugal um processo de internacionalização, liderado por Myriam Taylor, empresária de impacto social e activista pelos direitos humanos.

Tal como no Brasil, em Portugal a “Desconstrução” avança pela voz de várias personalidades, desafiadas a exteriorizar preconceitos estruturais que têm internalizados, em relação ao género, às orientações sexuais e às pertenças étnico-raciais.

A desconstrução do machismo

O processo de auto-reflexão, que nos próximos dias se vai debruçar sobre o machismo, vai estar em análise a partir das 21h30, numa emissão especial d’ O Lado Negro da Força.

Com as presenças do criador da iniciativa, Marcos Guimarães, e ainda de duas das pessoas que aceitaram entrar em desconstrução: a escritora lusa Lúcia Vicente e o chef brasileiro André Rochadel.

Para ver em directo no no Facebook e no YouTube, sintonizados no combate a todo e qualquer preconceito.

“EM DESCONSTRUÇÃO” é um movimento criado para expor e provocar a discussão sobre preconceitos estruturais, de forma a despertar consciências para estereótipos presentes em todos nós, sem exceção. Lançado no Brasil, no passado mês de agosto, o projeto arranca com uma campanha, na qual diversas personalidades irão reconhecer publicamente, as crenças, sentimentos e tendências de comportamento pré-concebidos. O diferencial da iniciativa está no fato de os participantes falarem na primeira pessoa, em jeito de desabafo, sem apontar o dedo a ninguém.

Ligue-se ao movimento em www.EMDESCONSTRUCAO.com

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