Blogosfera, política, academia e futebol na vida de Bruno Sena Martins

Já foi a votos em eleições legislativas e autárquicas, mas é na academia, e não na política, que Bruno Sena Martins dá cartas, tendo recebido, em 2006, o Prémio do Centro de Estudos Sociais para Jovens Cientistas Sociais de Língua Oficial Portuguesa. Actualmente investigador do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra (CES/UC) – cidade onde se licenciou em Antropologia e se doutorou em Sociologia –, “os seus temas de interesse preferenciais são o corpo, a deficiência, os direitos humanos e o colonialismo”, lemos na biografia que nos introduz à sua história, amanhã em destaque n’ O Lado Negro da Força.

por Afrolink

Nos idos da blogosfera, há mais de uma década, Bruno Sena Martins apresentava-se como um coimbrão, nascido “por alturas de 1978”, que, “atraído pela moda dos solitários dados a insónias”, se tinha iniciado como blogger.

A estreia nessa arena virtual, contava Bruno aquando da sua chegada ao Arrastão, chegava “no longínquo verão de 2003 por via do blogue avatares de um desejo”, descrito como um espaço onde explanava disfunções para adormecer.

Entre o Arrastão e Avatares de um Desejo, o hoje investigador ainda deixou assinatura no Cinco Dias.

Além da escrita, igualmente exercitada no Blogue de Esquerda da Sábado e no do Aparelho de Estado do Expresso, Bruno foi, “enquanto independente”, duas vezes candidato nas listas do Bloco de Esquerda, concorrendo a legislativas e autárquicas.

“Mandou o bom senso que não fosse eleito (ou sequer elegível)”, apontava na altura, rematando a apresentação com um “o FCP é a minha nação”.

Da apresentação posterizada na blogosfera, para a actualidade – em que afirma que “jogar futebol (no sentido em que a nostalgia de jogar ainda me ocupa bastante)” é a sua ocupação favorita -, o que nos diz a sua biografia?

As credenciais académicas que deram um livro

Hoje, a par da licenciatura em Antropologia e do mestrado em Sociologia, Bruno Sena Martins tem o doutoramento em Sociologia, graus académicos obtidos na Universidade de Coimbra.

Importa ainda referir que a sua dissertação de mestrado deu origem ao livro “E se eu fosse cego”, publicado em 2006 pela Afrontamento, e distinguido com o Prémio do Centro de Estudos Sociais para Jovens Cientistas Sociais de Língua Oficial Portuguesa.

Investigador do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra (CES/UC), Bruno é também co-coordenador do Programa de Doutoramento Human Rights in Contemporary Societies, e co-coordenador no Programa de extensão académica “O CES vai à Escola”.

Do seu currículo consta igualmente a docência, exercida no âmbito do Programa de Doutoramento “Pós-colonialismos e cidadania global”.

Bruno desempenhou ainda as funções de Vice-presidente do Conselho Científico do CES/UC, entre 2016 e 2019, e foi co-coordenador do Núcleo “Democracia, Cidadania e Direito” (DECIDe) do CES/UC, entre 2013 e 2016.

Anos antes, “esteve como Research Fellow no Centre for Disability Studies (CDS), na School of Sociology and Social Policy da Universidade de Leeds.

A sua biografia destaca ainda o facto de ter desenvolvido “trabalho de campo em Portugal, na Índia e em Moçambique, mantendo ainda estreitas ligações com a academia Brasileira”.

Pelo caminho, o investigador também realizou dois filmes documentais de divulgação científica.

Amanhã saberemos mais n’ O Lado Negro da Força.

Para acompanhar a partir das 21h, em directo no Facebook e no YouTube.