Cabralista nos ideais, revolucionário nos actos, Kumpaku também é poesia

Nascido na Guiné-Bissau há 29 anos, Kumpaku Bua Pogha – ou apenas Serpé Kumpaku – estuda Sociologia em Portugal, onde integra o colectivo Consciência Negra, que combate o racismo e qualquer outra forma de discriminação. O compromisso com a defesa dos Direitos Humanos aprofundou-se em território guineense, a partir da co-fundação do movimento político revolucionário UPRG-Cassacá-64, e também da integração no Movimento Panafricano da Guiné-Bissau (MPGB). Assumido “cabralista nos ideais”, a sua veia activista já foi punida com passagens pela prisão, e expressa-se ainda através da arte, nomeadamente no poetry slam. A partir das 21h, há muito mais para saber, n’ O Lado Negro da Força.

por Afrolink

Na história de Serpé Kumpaku contam-se 29 anos de vida, e uma sucessão de movimentos para a mudança.

“Fiz parte das várias manifestações na Guiné-Bissau e em Portugal, por questões de Direitos Humanos, Política, Educação e Saúde, algumas das quais resultaram na prisão”, conta o estudante de Sociologia, adiantando que as detenções aconteceram em solo guineense.

Aí, terra de nascimento, Kumpaku co-fundou o movimento político revolucionário UPRG-Cassacá-64, de orientação Marxista, Trotskista, ao qual permanece ligado, como militante e dirigente.

“Essa organização política é a secção simpatizante da Liga Internacional dos Trabalhadores da Quarta Internacional – LIT-QI”, explica, apresentando-se, por isso, como “internacionalista simpatizante na LIT-QI”.

Ao mesmo tempo, o estudante adianta que foi um dos mentores do movimento Panafricano da Guiné-Bissau (MPGB), a quem atribui a missão de “reafricanicanização da consciência do nosso povo”.

Ainda na capital guineense, Kumpaku também ajudou a criar o Colectivo Netos de Cabral, “que desencadeou actividades sociais para mitigar a propagação de COVID-19, através de sensibilização e colocação de kits de lavagens de mão em diferentes zonas de Bissau”.

Assumido “cabralista nos ideais”, o activista expressa-se igualmente através da arte, nomeadamente pela poesia, tendo contribuído para o lançamento do primeiro concurso de poetry slam na Guiné. 

A veia criativa e transformadora também sobressai na facilitação de workshops, como o “Migro logo existo”, em Berlim, onde se abordou temáticas como o racismo, xenofobia, machismo e LGBTQI+fobias.

“Participei e facilitei com Marinho Pina e Filipa César o workshop ‘Survivance’, ambos em Bissau e Porto”, recorda Kumpaku, acrescentando que a parceria com Marinho Pina também se estendeu ao Hangar, em Lisboa, e no programa “Arte em Espaço Público”, “que consiste em fazer música, poesia e exibição de filmes em vários espaços públicos de Bissau, promovendo debates logo a seguir”.

Por agora em Portugal, o guineense é membro do colectivo “Consciência Negra”, que combate o racismo e qualquer outra forma de discriminação.

A luta continua mais logo n’ O Lado Negro da Força.

Para acompanhar a partir das 21h,  em directo, no Facebook e no YouTube.