Celebrar a comunidade negra lusófona, num aniversário de acção

A revista online Bantumen festeja seis anos de existência com o lançamento de uma campanha de crowdfunding para reunir apoio para a sua actividade, e para outros projectos criados por elementos da comunidade negra lusófona.

por Filipa Bossuet

Após um crowdfunding para ver renascer das cinzas todo o material perdido num incêndio, o projecto editorial Bantumen celebra seis anos de existência com o regresso às campanhas de angariação de fundos.

Desta vez numa parceria com a plataforma GoFundMe, o objectivo da acção, divulgada em comunicado, está voltado não apenas para as necessidades da revista – que pretende “pagar salários condignos a toda a redacção” –, mas para “dar visibilidade a empreendedores, criadores e artistas negros, em Portugal ou nos PALOP”.

O propósito agrega cinco campanhas à celebração de aniversário do projecto editorial, que, em seu nome, lançou a “Sem ti, a Bantumen deixará de existir”, para evitar o “fim da actualização diária de conteúdos multimédia próprios”, através da criação de “uma estrutura financeira estável que permita criar mais e melhor”.

A recolha de fundos para a revista pretende igualmente manter a essência da publicação, de construção de “relações sãs” na comunidade, garantindo o acesso à informação gratuita, e promovendo a representatividade.

Apoio à comunidade negra lusófona

À comemoração associam-se as campanhas dos realizadores Lolo Arziki e Dércio Tomás Ferreira.  Lolo procura apoios para o filme SAKUDI, rodado na Costa de África, cuja história relata a vida de jovens LGBTQIA+ no contexto cultural cabo-verdiano; e Dércio pretende realizar uma série de quatro documentários sobre a comunidade negra.

Os dois projectos foram sugeridos pelos seguidores da Bantumen, critério utilizado pela revista para seleccionar as outras duas campanhas que integram esta acção.

No caso de Evandro Pacata, o apoio solicitado destina-se ao pagamento das propinas da licenciatura em Biologia Marinha, na Universidade do Algarve, bem como do alojamento universitário.

Já o artista visual Elio Alexandre apela ao contributo de todos para “embarcar na viagem da arte digital”, aventura que exige a compra de um ipad pro, nesta fase incomportável face à quebra de receitas provenientes do que apresenta como “arte tradicional”.

Além dessas campanhas “outras podem vir a ser integradas”, explica ao Afrolink Vanessa Sanches, co-fundadora da Bantumen.

Por isso, “a página vai continuar activa” e em actualização, aberta às sugestões dos seguidores, e focada em dar a conhecer novas iniciativas e celebrar a comunidade negra lusófona.

 

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