Celebrar a mulher negra, em fim-de-semana de Mercado Afrolink


Texto por Afrolink
Fotos de Sara Matos
Em época estival, o Mercado Afrolink estende a sua morada ao Goethe-Institut, onde monta banca no próximo sábado, 1, das 10h às 17h. A nova localização junta-se à residência habitual, no Rato, que no domingo, 2, também está de portas abertas, das 12h às 19h.
Assim, o primeiro fim-de-semana de cada mês reserva – pelo menos até Setembro – uma dupla oportunidade de encontro com a rede de empreendedores que, desde 2021, dá vida ao Mercado Afrolink.
Para quem ainda não conhece, a iniciativa junta dezenas de empreendedores afroportugueses, africanos e afrodescendentes, com projectos nas mais variadas áreas de negócio.
A oferta de produtos inclui criações de arte, peças de vestuário exclusivas, confeccionadas com panos africanos, artigos de joalharia, produtos de beleza, bonecas de pano, livros e atracções gastronómicas.
A extensão de morada do Mercado Afrolink para o Goethe-Institut acompanha a presença d’ O Lado Negro da Força no espaço, com o ciclo “Conversas por Fazer”, que acontece sempre ao primeiro sábado de cada mês.
Para Julho, a proposta LNF traz mais uma sessão literária, desta vez em alusão ao Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha (25) e ao Dia da Mulher Africana (31). A dupla celebração dá o mote para uma conversa a partir das páginas do livro “Quarto de despejo – diário de uma favelada”, de Carolina Maria de Jesus, obra proposta pelo INMUNE – Instituto da Mulher Negra, que será representado pela antropóloga Fabiana Leonel de Castro.
A leitura acontece no próximo sábado, 1, das 15h às 16h, e promete guiar-nos por uma reflexão sobre especificidades da condição feminina.
De recordar que “Quarto de despejo – diário de uma favelada” foi publicado pela primeira vez no Brasil em 1960, e proibido em Portugal pelo regime fascista de Salazar. A obra em apreciação “provocou um abalo sísmico no sistema literário”, lê-se na contracapa da edição portuguesa, onde se explica a fonte dessa agitação: o livro “Foi capaz de traduzir em acto um princípio da autora: ‘Na minha opinião escreve quem quer’”. A entrada é livre.