Falcão Nhaga voa no grande ecrã com Mistida, do IndieLisboa para Cannes
por Afrolink
Uma conversa entre mãe e filho, interpretados por Bia Gomes e Welket Bungué, está no centro da acção de “Mistida”, curta-metragem que marca a estreia do realizador Falcão Nhaga.
Em exibição no Indie – Festival Internacional de Cinema Independente de Lisboa, a produção integra a competição nacional e internacional de curta-metragens do certame, e já tem lugar assegurado em Cannes.
Mas antes do voo até França, ainda é possível assistir ao trabalho no Cinema São Jorge, em Lisboa.
A derradeira sessão de “Mistida”, ainda inserida na programação do Indie, acontece no próximo domingo, na sala 3, a partir das 16h45.
Com 30 minutos de duração, o filme tem argumento de Falcão Nhaga e Pedro Cabral, e produção de Mariana Morais.
Para o crítico de cinema Jorge Mourinha, “Mistida” é a melhor curta a concurso no IndieLisboa.
Num artigo no jornal Público, o especialista assinala o facto de estarmos perante um “raro momento de representatividade de uma comunidade periférica no cinema português”, mas defende que essa não é a nota mais distintiva da produção.
“O que interessa em “Mistida” é que há aqui cinema, isto é, algo que não pertence a uma cor de pele, a uma classe social, a uma origem; algo que fala a todos de maneira igual, porque as mães (todas as mães) acham que sabem sempre mais do que os filhos, e os filhos (todos os filhos) acham que as mães nunca percebem o que eles vivem, e os tempos mudam”.
Prosseguindo na apreciação, o crítico realça que “‘Mistida’ é uma história de todos, para todos, onde os silêncios falam mais alto do que os diálogos, com Bia Gomes e Welket Bungué perfeitos e uma naturalidade e simplicidade formais que não traem a juventude do seu autor”.
Tudo para conferir no próximo domingo.