Medéia sobe ao palco com sangue indígena brasileiro, e veia reparadora
por Afrolink
A declaração de intenções da obra RÉ.MEDÉIA é inequívoca: “Deseja oferecer ao público o acesso a variadas camadas de interpretação”, propondo-se “REvisar o mito de Medéia e torná-la RÉ da história”, ao mesmo tempo que favorece “o REtorno à origem”.
Idealizado por Marcondes Lima e Andrezza Alves, o espectáculo estreia-se amanhã, 14, às 21h30, no Cine-Teatro de Alcobaça João D’Oliva Monteiro, trazendo para o palco uma releitura do mito grego de Medéia, através da sua personificação como uma pessoa brasileira, de sangue indígena.
A proposta, adianta a produção, tem como fios condutores “a condição da mulher em situação de exílio, e a sua relação com a cultural patriarcal, à qual foi submetida ao longo da história”. Esta narrativa “implica um movimento simbólico de reparação histórica”, trazendo “um convite à reflexão sobre as acções ditas civilizacionais impostas aos povos originários do Brasil e suas consequências que se prolongaram no tempo”.
Além da reinvenção de Medéia, o espectáculo apresenta actores de origens diversas, e recorre ao Yaathe, único idioma falado pelos povos originários que habitam o estado de Pernambuco, no nordeste do Brasil.
Depois da estreia em Alcobaça, RÉ.MEDÉIA segue para o Centro Cultural Gonçalves Sapinho, em Benedita, onde tem duas sessões calendarizadas, ambas no dia 18: uma dirigida a escolas (11h) e outra para o público geral (21h).
Nesse percurso, os criadores do espectáculo reiteram “o seu posicionamento ideológico na composição da equipe, equacionando vozes e discursos ao incluir pessoas com deficiências, pessoas afrodescendentes, pessoas trans, membros das comunidade Fulni-Ô e descendentes dos povos kiri’ri Pankararu e Potiguara/Kaeté.”
Para mais informações: +351 913 502 651 e +351 933 104 511
E-mail: re.medeia2022@gmail.com
Instagram: @re.medeia