O estranho rasto de sangue na morte de Danijoy – quem está a encobri-lo?
por Afrolink
“Como e por que morreu Danijoy? Queremos a verdade, porque queremos justiça!”. Com este mote, centenas de pessoas acorreram à mobilização convocada pelo movimento Negro em Portugal, e saíram ontem às ruas, em Lisboa, Coimbra e Beja.
Na capital, a concentração partiu do Estabelecimento Prisional de Lisboa (EPL) – onde Danijoy Pontes morreu a 15 de Setembro –, e seguiu em direcção à Praça do Comércio.
Pelo meio, a família do jovem de 23 anos partilhou uma série de incongruências detectadas neste caso, a começar pela presença de sangue nas roupas de Danijoy. Segundo a mãe da vítima, Alice Santos, já tinha adiantado na última emissão do Lado Negro da Força, o rasto de sangue começou por ser explicado como uma consequência da autópsia, indo-se ao absurdo de afirmar que autopsiar cadáveres vestidos é uma prática habitual.
Ao mesmo tempo, ninguém explica como é que um jovem de 23 anos, que em Julho tinha sido acusado de simular doença psiquiátrica, revela ter à data da sua morte, em Setembro, medicamentos para tratar a esquizofrenia no organismo.
Se para o comum dos mortais a história está tremendamente mal contada, para o Ministério Público (MP) o caso dispensa mais averiguações, tendo sido arquivado por falta de indícios criminais. Mas onde o MP vê falta de indícios criminais, nós vemos falta de coragem para investigar. Até à última gota de responsabilidade.
Veja a reportagem fotográfica do protesto em Lisboa, por António Alvarenga
