O “Jantar Indiscreto” que traz no menu preconceitos, para digerir sem tabus
por Afrolink
Que preconceitos reproduzimos na nossa linguagem? Aceitamos quem é diferente ou apenas toleramos? Quem faz parte do nosso imaginário colectivo e quem fica de fora?
O “Jantar Indiscreto”, programa televisivo que se estreia no próximo dia 16, na RTP 2, promete aguçar o nosso apetite para uma série de questões, a partir de um menu de preconceitos, muitas vezes inconscientes.
Por exemplo, o que nos ocorre responder diante da seguinte série de perguntas: “Quem são os portugueses? De acordo com o nosso imaginário, qual a aparência de uma mulher cigana? O que é identidade de género? Que estilo de vida associamos a uma pessoa gorda? Numa relação lésbica, alguém tem de assumir o papel de homem? Será que reconhecemos outras formas de se ser politicamente ativo para além da militância partidária? Se não existem raças como explicar a existência do racismo?”.
O exercício marca o primeiro momento do “Jantar Indiscreto”, em que cidadãos comuns, escolhidos aleatoriamente, respondem a questões ‘cozinhadas ao sabor’ de crenças preconceituosas, para trazer a lume estereótipos internalizados.
A “experiência social”, conforme se lê na apresentação do novo programa televisivo, é encerrada com um encontro surpresa entre quem responde às questões e os convidados do programa, que vivem na pele os preconceitos.
“É o caso de Maria Gil, atriz de etnia cigana, e também o de Sascha Joffre, médico negro, bem como o de Júlia Pereira, activista transexual. São igualmente as situações de Alexandra Santos, mulher negra e lésbica, e de Simão Teles, que desde cedo enfrentou a exclusão pelo peso e pela orientação sexual”, antecipa a mensagem de divulgação do “Jantar Indiscreto”.
“Cada pessoa no seu lugar de fala, todas põem em pratos limpos, sem filtros nem tabus, as suas histórias de discriminação”.
Menu pela inclusão
O formato, idealizado e produzido pela empresa de inovação Muxima Bio, é apresentado pela activista e empresária de impacto social Myriam Taylor, que, ao longo de seis semanas, vai receber um total de 24 convidados, ao ritmo de quatro por emissão.
A novidade apresenta-se numa primeira série de seis episódios, preparada para nos ajudar a digerir igual número de preconceitos.
“Os temas que trouxemos nesta ronda são a ciganofobia, a lesbofobia, a questão da legitimidade de alguns corpos políticos, a transfobia, a gordofobia e, por fim, o racismo”, avança a dreamer in chief da Muxima, citada no press release.
“O impacto que espero que possa vir a ter é, por um lado, e principalmente, de desconstrução de preconceitos, porque é disto que estamos a tratar e, por outro lado, de evolução, porque daqui também vão sair propostas que podem vir a ser acomodadas pelo Governo”, prossegue a host do “Jantar Indiscreto”, confiante na receita positivamente transformadora deste programa.