O movimento colectivo que sustém as práticas artísticas de Ana Tica
por Afrolink
Nascida Ana Fernandes Ngom no quente Verão lisboeta de 1979, Ana “fez-se” Ana Tica, assinatura com obra em projectos de desenvolvimento comunitário.
É o caso de “Putos qui ata cria” (2006), (“As crianças que estão a crescer”), galardoado e louvado como boa prática pelo Comissariado Europeu para a Educação, Formação, Cultura e Juventude.
Nas palavras de Ana, que assumiu a concepção e produção executiva, o projecto “centrou-se na figura do Mestre-de-Cerimónias (MC), como educador social capaz de sensibilizar os jovens para a coesão social e o respeito pela diversidade cultural”.
A iniciativa – explicava na altura a produtora e agente cultural com origem cabo-verdiana – foi pensada e concretizada “para consciencializar, incluir, encorajar e promover a aprendizagem intercultural entre jovens de diferentes bairros”.
“Penso que, perante os desafios da sociedade, educar para a acção é uma estratégia coerente e necessária quando intervimos ao nível das desigualdades socioeconómicas”, sustentava Ana em 2010, num texto publicado na Revista Migrações.
No ano seguinte, o trabalho iniciado com “Putos qui ata cria” dava origem ao documentário “Nôs Terra”, centrado no processo de construção de uma contra-narrativa protagonizada por jovens negros portugueses.
Essas e outras incursões artísticas, em que usa o artivismo como ferramenta de produção de subjectividades, inserem-se nas múltiplas dinâmicas colectivas que desenvolve, desde 2001, no seio do movimento negro, panafricanista e anti-racista.
A experiência de mais de duas décadas combina-se com a prática profissional de combate à exclusão social: Ana é licenciada em Animação Sociocultural, e pós-graduada em Gestão de Organizações de Economia Social.
Uma trajectória que amanhã estará em destaque n’ O Lado Negro da Força.
Para seguir partir das 21h, em directo no Facebook e no YouTube.