Portuguesa, mulher e cigana, Maria Gil soma predicados contra o racismo

As cidades do Porto e de Gaia marcaram os primeiros passos de Maria Gil, nascida na Invicta há 51 anos. Mãe de três rapazes e de uma rapariga, a convidada de hoje d’ O Lado Negro da Força apresenta-se como portuguesa, mulher e cigana, marcadores de identidade indissociáveis dos combates anti-racistas que trava. “O meu corpo é político, o meu existir é sempre resistir”, sublinha a também actriz, cujo trabalho poderemos acompanhar na RTP, na série “Braga”, com estreia prevista a 17 de Maio. Até lá, segue a conversa, para ver em directo, a partir das 21h.

por Afrolink

Nascida no Porto, onde reside, Maria Gil também já assentou morada em Gaia e Castelo Branco. Mas, lembra-nos uma das reflexões que partilha online, “mesmo que atravesse todas as fronteiras dos mundos”, continuará dona e senhora do seu chão.

“Eu sei quais são as raízes que me fazem voar. Sendo fruto, semeio nações. Mesmo que aos meus lábios venham águas de todas as fontes, eu sigo sendo mulher e cigana”.

Também portuguesa, conforme faz questão de assinalar, Maria é ainda activista anti-racista, mãe de três rapazes e de uma rapariga, e actriz.

“Participei como actriz e criadora em vários projectos com a PELE e o MEXE”, conta, acrescentando ao portfólio experiência de representação e argumento em cinema. 

“Muitos dos projectos foram premiados internamente, especialmente o «Cães que ladram aos pássaros» da Leonor Teles, e o «Azul» da Ágata de Pinho”, destaca Maria, cujo trabalho poderemos acompanhar na RTP, na série “Braga”. A produção, com oito episódios, tem estreia prevista a 17 de Maio, antecipa a actriz, que na trama interpreta Cármen, uma mulher romani.

A essa participação junta-se, em Julho, o início do projecto de dramaturgia e co-direcção de actores no âmbito da programação Odisseia Nacional, do Teatro Nacional D. Maria II.

Para trás, Maria conta uma aproximação e envolvimento no Teatro Comunitário e, a partir de 2010, no Teatro Fórum.

Fora dos palcos, trabalhou na área comercial, em especialmente no atendimento ao público.

Ao mesmo tempo, foi fortalecendo o compromisso anti-racista, ligada ao SOS Racismo.

A intervenção activista valeu-lhe uma premiação no LEFFEST 2021 pela divulgação da cultura ROM. Sempre consciente: “O meu corpo é político, o meu existir é sempre resistir”.

Uma trajectória para acompanhar hoje, a partir das 21h, em directo, no Facebook e no YouTube.