Todos ao Mocambo! Ao encontro de música, culinária e literatura africana

O restaurante e espaço cultural Casa Mocambo, em Lisboa, promove três dias de encontros musicais, gastronómicos e literários, com sabores, artistas e autores africanos e afrodescendentes. A programação decorre no âmbito do Festival Todos, e conta com a presença do projecto editorial Falas Afrikanas. Para acompanhar mais logo, a partir das 19h, e até ao próximo domingo, 20. Sem esquecer as restrições trazidas pela pandemia.

por Afrolink

Cabo Verde chega na voz de Carla Correia, acompanhada num repertório de mornas pelo violão de Stephan Almeida. Angola aparece com a assinatura de Chalo Correia, músico reconhecido pela abordagem contemporânea de vários estilos, como semba, rebita, rumba ou cazucuta. Por fim, a cultura urbana africana e afrodescendente, burilada nas periferias de Lisboa, apresenta-se com a dupla rapper SOULJAH, originária da Cova da Moura.

Entre sonoridades, provam-se receitas da lusofonia, e percorrem-se páginas de autores africanos e afrodescendentes. Como Raquel Lima, autora de “Ingenuidade Inocência Ignorância”, ou Gabriel Baguet Jr., que escreveu a biografia de Paulo Flores, “O talento da Utopia”.

A mostra literária, apresentada pelo projecto editorial Falas Afrikanas, inclui também, entre outros títulos, o livro “Um preto muito português” da rapper Tvon (rapper), e “O Senhor da Dança”, que, “inspirado no hino inglês de Sidney Carter”, nos conduz na “música da máscara africana”, permitindo-nos sentir, através dela, “a poderosa batida dos tambores”.

A obra, assinada pela costa-marfinense Véronique Tadjo, é descrita pela Falas Afrikanas como “um poema sobre a complementaridade entre música, dança, máscaras e….poesia”.

Pratos para todos os gostos

Essas e outras atracções esperam-nos no restaurante e espaço cultural Casa Mocambo, em Lisboa. Ao longo de três dias, iniciados hoje, a partir das 19h (excepção feita para a banca literária, que abre às 17h hoje e amanhã, e às 15h no domingo), a morada lisboeta oferece-nos um roteiro único de ritmos, sabores e saberes. Com reserva obrigatória, e um contributo mínimo para os artistas igualmente obrigatório.

A programação decorre no âmbito do Festival Todos, e, tal como o evento multicultural, encerra no próximo domingo, 20.

No palco das actuações musicais, destacamos o pré-lançamento do álbum da dupla de rappers da Cova da Moura SoulJah, promovido pela Associação de Artistas Urbanos e de Transformação Social (AAUTS), e reservado para o último dia de actividades.

 

Já nas lides culinárias, cabe à cabo-verdiana cachupa – disponível também numa versão vegan – inaugurar o menu, hoje, 18, alargada a peixe frito acompanhado de banana-pão frita, feijão de óleo de palma e salada do monte.

Para sábado, a ementa alarga-se ao Brasil, com a muqueca de peixe e camarão, a que se junta costeletão de vitela, servido com feijão preto e salada tropical.

Finalmente, no domingo, os petiscos dominam a carta, onde os pastéis de milho se juntam, entre outras opções, o frango frito crocante à moda do Brasil, pataniscas de grão e mexilhão.

Seja quais forem os pratos, todos os ingredientes se temperam para levar “Todos ao Mocambo”, exactamente como propõe o mote para o evento. Bom proveito!