Violência nas escolas contra crianças imigrantes motiva manifesto

Sete associações apresentam um manifesto em defesa de uma escola não-violenta, após várias denúncias de agressões físicas e verbais, inclusivamente de professores, contra crianças de origem não portuguesa, nomeadamente brasileiras. O documento será entregue amanhã, 25, ao Ministério da Educação, e serve de alerta para uma série de situações de racismo e xenofobia – e não só – que se repetem impunemente em contexto escolar. Até quando? O debate prossegue esta noite n’ O Lado Negro da Força.

por Afrolink

“Cá não é a selva de onde vieste. Comporta-te!”. A frase, dirigida por uma auxiliar educativa a uma aluna brasileira, ilustra parte do problema que está na origem do manifesto por uma educação não-violenta, a entregar ao Ministério da Educação amanhã, dia 25.

O documento espelha as preocupações de sete associações, unidas na denúncia de agressões físicas e verbais que se repetem em contexto escolar, contra crianças de origem não portuguesa.

Os relatos de xenofobia, noticiados em publicações brasileiras, chegaram, nos últimos dias, às páginas do Público com o artigo “‘Não está satisfeita, mãe? Volte para a sua terra’- Associações de imigrantes entregam manifesto por educação sem violência”.

O trabalho, assinado pela jornalista Daniela Carmo, reproduz, logo no título, algumas das palavras que uma mãe ouviu quando pediu explicações sobre “dois puxões de cabelo” que uma professora deu ao seu filho.

Numa dessas ocasiões, reporta o público, além da agressão física, a docente terá verbalizado que “só as meninas é que podem ter o cabelo comprido”, e, como tal, ele teria de cortar o cabelo.

Apesar de relatos do género estarem logo de ser uma excepção, as denúncias continuam a ser ignoradas ou desvalorizadas, como aconteceu com essa mãe, de origem brasileira.

A falta de respostas levou-a a procurar apoio, encontrado no Colectivo Andorinha, que em conjunto com a Diáspora Sem Fronteiras Associação Cultural, Casa do Brasil de Lisboa, Brasileiras Não se Calam, Rede Sem Fronteiras, Plataforma Geni e Associação Lusofonia Cultura e Cidadania apresenta o manifesto por uma educação sem violência.  Para todos. 

Pode ler e subscrever o documento aqui, e, mais logo, acompanhar a discussão n’ O Lado Negro da Força.

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