Amar, lutar, celebrar: que em 2023 nos continuemos a conjugar unidos

Na recta final de 2022, celebramos mais um ano de aprendizagens e crescimento colectivo, sem esquecer os desafios que motivaram a criação do Afrolink, e que nos mantêm firmes na afirmação positiva da nossa negritude e na luta anti-racista. Líderes da nossa narrativa, preparamo-nos para iniciar um novo calendário comprometidos com a defesa dos Direitos Humanos, e unidos pela maior energia de todas: o Amor. Que em 2023 nos continuemos a conjugar no plural! Até lá, recordamos alguns dos destaques que nos acompanharam nos últimos meses, e que podem reler no site (link na bio). Regressamos às actualizações na próxima terça-feira, 3. Um excelente 2023!

Texto por Paula Cardoso

Fotos: Sara Matos e D.R.

Mais lidos por aqui, ou mais comentados e partilhados nas redes sociais, neste final de 2022 navegamos pelos conteúdos que se destacaram nestes 12 meses, agrupados por temas. 

 

Mercado Afrolink

Em 2022 assinalámos um ano de Mercado Afrolink, numa morada que se tornou residente: o espaço P.R.A.Ç.A., gerido pelo projecto Dona Ajuda, da associação Boa Vizinhança. Além desta localização lisboeta, nas imediações do Largo do Rato, realizámos várias edições especiais: em Leiria, na Serra das Minas (concelho de Sintra), na Penha de França, no Arroz Estúdios (Beato, Lisboa), e no Mercado de Arroios. Venham mais em 2023!

A edição de 1.º aniversário do Mercado Afrolink para visitar em imagens

O Lado Negro da Força

As quintas-feiras são dias de assistirmos ao O Lado Negro da Força, não apenas no Facebook e no YouTube, mas também por aqui. Antes da ligação ao directo semanal do nosso lugar de fala, o Afrolink apresenta o convidado que estará na emissão. Todos presentes no balanço do ano, que assinalou, no passado dia 15, o início da quadra festiva.


A despedida de 2022, no especial de Natal do nosso Lado Negro da Força
 

 

Cachupão

Após a estreia em 2021 na Casa do Capitão, no Hub Criativo do Beato, o Cachupão voltou a animar a programação do nosso Verão. Desta vez no Grupo Desportivo Adicense, em Alfama, a festa que celebra os aniversários do Afrolink e d’ O Lado Negro da Força reuniu cerca de 100 pessoas, um menu de comer e militar por mais, boa música e, como sempre, um tema para nos unir em reflexão. Metade do valor arrecado com o evento foi entregue à nossa irmã Cláudia Simões, responsável pela ementa deliciosa. 

“Cachupa e uma lei do amor”, pelas palavras do escritor Eduardo Quive

 

Cartas Abertas

Ferramentas de denúncia e de mobilização solidária, as Cartas Abertas voltaram a fazer parte das nossas lutas em 2022. Depois de termos encerrado 2021 com o apoio à artista multidisciplinar Grada Kilomba na sequência do concurso para a representação de Portugal na Bienal de Veneza, este ano subscrevemos e divulgámos:

As armadilhas coloniais do caso “Filha da Tuga”, desarmadas em Carta Aberta 

“Não conseguimos respirar!” – o grito por um sector artístico anti-racista

Carta a Lula da Silva – Para erradicar as continuidades coloniais, como o racismo

O Antirracismo no banco-dos-réus – Não nos calaremos!

 

Reconhecimento da força colectiva 

A celebração do Dia Internacional da Mulher, a 8 de Março, valeu-me várias distinções, enquanto fundadora do Afrolink: da Euclid Network, rede apoiada pela Comissão Europeia, da StartUP Portugal, e da Tabanka TV. O reconhecimento, com destaque para a nomeação como uma das  “Top 100 Women In Social Enterprise 2022”, deu o mote para este texto, onde sublinho que tudo o que faço se conjuga no plural. 

100 mulheres na vanguarda do empreendedorismo social, e eu sou uma  

 

Eventos e Iniciativas 

A par das histórias que visibilizam as vidas negras em Portugal – e também noutras partes do mundo –, o Afrolink divulga eventos culturais e iniciativas que promovem e homenageiam essa presença, e contribuem para criar e expandir conhecimento sobre o legado africano e afrodescendente. Alguns desses momentos incluíram:

Reflexão e celebração na Boba: das lutas de libertação em África ao 25 de Abril

Paulina Chiziane inicia hoje tour literário em Portugal – conheça a rota

O mapa que vem transformar a jornada dos Afro-empreendedores em Portugal

 Lisboa assinala Dia Internacional dos Afrodescendentes, e nós vamos

Angela Davis esgota Tivoli, com uma conversa para “Romper as Grades”

 Formação gratuita em empreendedorismo, com a fundadora do Afrolink

Educação anti-racista nas escolas de Lisboa com luz verde para avançar

Mais de 200 mulheres negras na plateia para esgotar sessão d’ “A Mulher Rei”

Racismo, violência e extrema-direita nas forças policiais – comunicado

“Os bois pelos nomes”: as nossas vozes importam, e estão com Mamadou Ba

SOS Racismo celebra 32 anos, e a festa traz a agenda do movimento para 2023

 

Memória e homenagens

O racismo mata. As mortes de Alcindo Monteiro, Bruno Candé e Danijoy demonstram-no, algo que continuaremos a denunciar e a combater. Por vezes na linha da frente de manifestações, noutras no apoio e divulgação de acções anti-racistas. Além de não esquecermos as vítimas do racismo, também não esquecemos quem tanto lutou para o derrotar, como o eterno Johnson Semedo.

10 de Junho de mobilização, por Alcindo Monteiro e todos os alvos de racismo

Recordamos Bruno Candé, dois anos após ter sido morto num crime racista

“Somos o que fazemos”: a lição de vida que imortaliza Johnson Semedo

 

Opinião

Da polémica protagonizada por Will Smith na última cerimónia dos Óscares, à barreira imposta a saída de pessoas negras da Ucrânia, passando pela actuação de Anitta no Rock in Rio, sem esquecer os ataques racistas dirigidos a crianças negras da Amadora num jogo de futebol, partilhamos alguns dos temas que puxaram pela nossa opinião.

Dói, dói, um tapinha já dói? E as palavras, quanto pesam de violência e trauma?

Carta aos meus amigos brasileiros: não é a Anitta, é uma outra coisa

Um Machado de guerra que, em vez de enterrado, é promovido a “humanitário”

As fronteiras que salvam e condenam vidas, num mapa da cor do racismo

O racismo que nos cerca, num abrir e fechar de fronteiras europeias 

A selecção racial da espécie humana – a guerra que não importa ver?

“Pretos a jogar à bola? Antes comer merda” – o racismo segue em forma